Toda fumaça voa
Todo hora passa
Todo avião pesa
Todo caminho leva
Todo ar solda
Multiúteis bugigangas
O século mal fez uma década
Desastre evidente
Não sou vidente que pega na mão
E diz o futuro
Pego embalo de multihoras
Deslendo translendo desadestrando
Foram jogadas fora aos sons das loucuras
Foram jogadas fora aos sons das loucuras
Totalmente táteis e visíveis outras tantas
Plurihoras perdidas
Pardas manhãs convidando ao chá
Com meu amigo poeta e louco depressivo
Poeta de plenihoras
Plenitude triste de seus versos amargos
Cheios de ódio outros tantos
Há uma paz nisto tudo
Não são suas ampolas coloridas
Em seu braço sem vida
Paz de cada verso ejaculado
Pleno prazer pra quem poeta
Paz de cada segundo ser uma despedida
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