quarta-feira, outubro 31, 2012

nem tanto pelo fato
falo daquele falo
fatal em teus peitos
espremidos ao meio
tua boca gostosa
gosmíca
beijos de anjas fúteis
todas inúteis (assim como a poesia)
letras de uma triste balada
que só levam a dor e ao nada
quanto amor
pra bancar tua namorada
que só dá mancada
ninguém percebe que ela está machucada
só sabem chutar o poeta
também pudera
esqueceu-se no meio dessa quimera

amor que não volta
não vai
tire o não e não repita

segunda-feira, outubro 29, 2012

duas xícaras de café
quatro cigarros
nenhum por do sol evidente
apenas Van Gogh sem orelha
Sala em centelhas

quinta-feira, outubro 25, 2012

lembro das facadas em teu peito
você curtindo doida tua última dor
até o final do vital sopro
não queria ficar sangrando
não queria ser abandonada
faltava mais uma facada

Prece
Presa
Pressa

entre massacre e arte
o monstro cresce
São Paulo

Laura Maria

e minha mania
(doentia)
de amar o distante





terça-feira, outubro 16, 2012


nem sem tem se

 e se não fosse

nem tem sem se

sem senso

sonso

sono

 

a fome do povo não serve pra poesia

enquanto não comerem

a fome do povo não serve pra nada

exceto pra classe abastada

basta de arte engajada

 

domingo, outubro 14, 2012


passos largos
Largo da Ordem
Saudade larga
Desordem

sábado, outubro 13, 2012


Toda fumaça voa

Todo hora passa

Todo avião pesa

Todo caminho leva

Todo ar solda

Multiúteis bugigangas

O século mal fez uma década

Desastre evidente

Não sou vidente que pega na mão

E diz o futuro

Pego embalo de multihoras

Deslendo translendo desadestrando 


Foram jogadas fora aos sons das loucuras

Totalmente táteis e visíveis outras tantas

Plurihoras perdidas

Pardas manhãs convidando ao chá

Com meu amigo poeta e louco depressivo

Poeta de plenihoras

Plenitude triste de seus versos amargos

Cheios de ódio outros tantos

Há uma paz nisto tudo

Não são suas ampolas coloridas

Em seu braço sem vida   

Paz de cada verso ejaculado  

Pleno prazer pra quem poeta

Paz de cada segundo ser uma despedida

segunda-feira, outubro 01, 2012

adiantaria sonhar com aposentadoria
quantas vidas plenas e vazias
nenhuma ousadia capaz de romper
nenhum ato fora
apenas tuas fodas
todas secretas
garotas espertas
sempre despertam
nos mais lascivos seres
o amor
enquanto entre tantos prazeres
levamos isso que chamam de felicidade
só é quem feliz goza
goza e compra
sem procura pela oferta
apenas a demanda de mais e mais
desperta desta cristandade que te mata
os amores mais plenos
o verdadeiro prazer nunca é segredo
a verdade sempre segrega
e a mentira nunca é cega
só quem tem ouvidos enxerga

salvo por destrato    
aí é o trato que faz o trote